quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

MEU DIÁRIO - ADOLESCÊNCIA


Essa já foi uma fase mais complicada. Como a maioria dos adolescentes, eu era bem chatinho...

A adolescência é uma fase que há a diferenciação mais acentuada entre os generos feminino e masculino. O garoto fica mais fortinho e garota mais torneada. As brincadeiras passam a ser mais pesadas e agressivas e aí comecei a evitar as brincadeiras com os garotos. Lembro que tomei uma bolada na cara que quase quebrei o nariz hehehe... e depois disso, parei de jogar. Comecei a me interessar mais pelas garotas, ficava atraido pelo charme e beleza (nada sexual ainda) e pelo papo, que costumava ser mais inteligente hehehe

Minha voz era muito fina e juntando ao fato de eu andar muito com as meninas, logo virei motivo de brincadeirinhas (de muito mal gosto né), me chamavam de mulherzinha, o gayzinho, e coisas do genero. SEMPRE levei na esportiva, desde a época que isso começou a acontecer (inicio da adolescência), porém, aquilo me detonava. Eu era mais meigo, atencioso, inteligente, caracteristicas muito comuns nas meninas. FOI MUITO COMPLICADO ESSA PARTE... Nunca me agrediram, ou pegaram pesado de mais, porém, me machucava aquelas brincadeiras. Tinha as garotas que eu curtia e queria algo, mas eu fiquei MUITO FEIO na adolescência, e claro, pegava nem gripe..rs.. Na igreja sim, eu peguei várias hehehe e por incrível que possa ser, foi com as gurias da igreja que aprontei..rs..

Ainda no inicio da adolescência, comecei a ganhar um corpo de adolescente, e engordei um pouco, e minha bunda sempre foi mais avantajada e chamava muita a atenção. Nessa época lembro de um vizinho de uns 30 anos sempre falar da minha bunda e da minha perna, no tom de brincadeira, mas sempre falava, e na frente dos meus amigos (eu devia ter uns 11 a 12 anos). Eu era virgem, nem de sexo sabia muito, pois o povo na minha casa era religioso e não conversava muito sobre. E isso inclusive talvez tenha me afastado do grupinho de vizinhos adolescentes que se reuniam para ver revista pornô. Uma vez fui no encontro secreto deles, e eles estavam vendo, eu fiquei SUPER curioso. Eles falavam de sexo e sequer sabia onde era o "buraco" , inclusive soltei essa ingênua pergunta, e imagina quanta chacota levei... Hoje eu sorrio, mas na época fiquei bem sem graça. Esse vizinho nao perdia a oportunidade de pegar na minha perna ou bunda "brincando". E eu comecei a ficar instigado com aquilo e fazia questão de colocar short de jogar futebol bem curto para ir brincar na rua, onde sabia que ele sempre estava ou passava. Alguns meses depois, eu até fui lá na casa dele buscar uma bola, com um amigo, mas não entrei na casa, só no quintal. O carinha que estava lá falava, entra lá pra ele te mostrar um coisa... e eu com receio, nao entrei, claro...Até hoje nao sei qual era a dele, se era brincadeira, ou se ele queria era "brincar" comigo. Os guris sempre falavam do troca-troca que rolava entre eles hehehe, e eu nunca participei desses bacanais deles. E ficava era com uma espécie de medo... Eles ficavam nessa putaria lá, ou brincando, e eu ficava conversando e tentando conquistas umas vizinhas que moravam na rua de baixo, mas nao dava em nada, só um beijinhos... mas lembro que eu preferia estar com elas, do que com eles brincando por exemplo...

Aos 13 anos conheci um guri na igreja, corpo definido e já bem musculoso para idade, muito bonito por sinal, e as meninas começavam a expressar vontades de "ficar", vulgar "beijar na boca" na época. Eu era fã de uma guria que era fã dele, e eu era amigão dela. Logo eles ficaram algum tempo depois. E então, eu comecei a me aproximar desse guri, até chegar ao ponto de eu começar a frequentar a casa dele e ele a minha. Nas brincadeiras de adolescentes homens, sempre rola a lutinha, e ficávamos lutando, e essa brincadeira nos deixava excitados. Claro, no esfrega esfrega tanto com homem quanto com mulher a barraca ficaria armada..rs.. Certo dia meus pais viajaram e esse guri foi para minha casa, e após uma brincadeira dessa, rolou "sexo". Ele já era bem experiente e eu pouco, ainda mais para assuntos homossexuais. Ele me guiou e eu fui ativo com ele, e ele tentou por tudo me fazer de passivo, inclusive me machucando. Após ele ter ido embora, meu dia enegreceu. Me bateu uma deprê ferrada, nao chorei mas fiquei muito para baixo. Dias após, foi como nada tivesse ocorrido. Após uns 2 meses virou vicio, quase todo dia ele estava na minha casa ou eu na dele. E enquanto ele não me fez de passivo ele não quietou. Após o dia que ele conseguiu, ele nunca mais me deixou ser ativo com ele, eu era somente o passivo. Essa brincadeira durou anos, e nesse intervalo, eu namorava com garotas, mas sempre tínhamos uns pegas.

E foi assim que começaram minhas praticas sexuais homoafetivas. Engraçado que nós nunca nos beijávamos. Nesse mesmo periodo de descobertas, lembro que comecei a ser perseguido por um desses tarados pedófilos de ônibus, devia ter uns 13 a 14 anos, e esse filho da puta, me perseguiu por muito tempo, anos! Inicialmente começou com encostadas no onibus o qual pegava para ir para escola. Não era todo dia que ele estava, e eu fugia sempre, ao longo com que fui tendo essas descobertas com meu amigo, esse tarado ia me "assediando" no onibus. Chegou ao ponto de eu ter que chamar meu pai para me levar ao parada de onibus, pois certa vez ele tinha descido e ficou me esperando na parada... Isso bem cedinho, pois eu estava pela manha. Comecei a pegar outra linha, para fugir dessas situações. Muitos meses depois, e depois de eu já ter tido a experiencia com meu amigo, esse cara me aparece no onibus, e foi me assediar como ele fazia antes, no entanto, diferente dos outros momentos que eu fugia, eu fiquei e ali o esfrega esfrega foi permitido e livre, isso já era no fim do ano, ultimas aulas e depois nunca mais vi ele.

Na minha adolescência as viagens do meu pai continuaram e eu com o mesmo comportamento de ir para o quarto da minha mae, morrendo de pena da solidão dela. Tomando as dores, sendo a "amiga" que ele precisava. Não tive muita figura do pai presente, e tudo isso acontecendo em paralelo...

Comecei a focar nos estudos (sempre gostei de estudar), por mais dificuldades financeiras que minha família já teve, estudos foram priorizados para os filhos, mesmo que em escola pública. No final do colegial, lá pelo antigo segundo ou  terceiro ano, eu tinha namorada, e ainda brincava com meu amigo, porém, já estavamos tendo crises existenciais sobre o assunto, pois ele também tinha namorada e não achávamos certo fazer isso com elas, até que decidimos nao fazer mais. Cerca de um ano depois, comecei a ter fortes desejos homossexuais, e a internet já estava mais popularizada na epoca. Descobri então o batepapo, meio fácil para sexo sem muita enrolação. Não precisava nem de CAM, era só entrar, teclar e marcar. Aos 17 anos, marquei com um cara da internet pela primeira vez. Ele me encontrou, ele era bem charmoso e bonitao, me levou para um hotel e lá rolou. Detalhe para esse fato comentado, é que ele me buscou no meu trabalho a noite, fomos, e lá nesse hotel, rolou o primeiro beijo homo (ele disse na época que se eu nao beijasse nao rolaria nada, então na minah visão na época, eu estava na chuva era para molhar). A partir daí foram vários internautas, em paralelo ao meu namoro.

Nessa época as confusões na minha cabeça eram enormes, e como estava relativamente próximo ao vestibular, uma professora me indicou uma psicóloga para fazer meu teste vocacional (QUE DEU CERTINHO COM A PROFISSÃO QUE HOJE TENHO..RS..), após o teste ser concluido em algumas sessões, resolvi continuar para a parte clínica, e lá abri o jogo. Porém, a condução dessa parte pela psicóloga foi HORRÍVEL... Aconteceu de eu começar a broxar com minha namorada, mas não com os rapazes que eu saia. Eu estava super mal por essas broxadas. Então a Psicóloga disse, resumidamente, para eu pegar uma puta (e olha que eu estava namorando heim heheh), eu nunca tinha pegado uma puta, e achava um absurdo aquilo (não fui criado neste contexto de putarias, aliás, acho que fui criado de forma bem delicada, o que pode ter contribuido para que eu me atraisse por homens, por machos...). Então como não entrava na minha cabeça pegar uma puta para testar minha virilidade, e eu não queria me envergonhar mais broxando com minha namorada (e nem com mulher nenhuma) resolvi terminar meu namoro de que já tinha um bom tempo.Em seguida passei no vestibular e novas experiências viriam...

E dessa forma fechou o que considero de adolescência...

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